terça-feira, 19 de março de 2013

1EM: Notícia (produção)

O “mico” que você contou na produção do relato era um acontecimento verídico de interesse pessoal. Agora, tome aquele mesmo fato como ponto de partida para redigir uma notícia fictícia, tendo o cuidado de:

1) reinventar o fato (circunstâncias, pessoas envolvidas, alcance, etc.), de modo a ter relevância pública;

2) acrescentar as informações básicas que uma notícia exige;

3) complementar o corpo da notícia com detalhes e depoimentos (imaginados por você ou adaptados do “mico” ocorrido);

4) escrever segundo a técnica da pirâmide invertida e de modo impessoal;

5) elaborar manchete (título) e olho (subtítulo).

O texto deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas.

Redija o texto no Word, em corpo 12, salvando-o como 1EM_104_Seu nome.

Envie o arquivo para dcordas@terra.com.br, com o assunto 1EM.

3EM: Carta aberta (produção)

Reunidos em grupos de três a quatro pessoas, elaborem uma carta aberta dirigida à presidente Dilma Rousseff a respeito das consequências do julgamento do mensalão.

O texto deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas.

Redijam o texto no Word, em corpo 12, salvando-o como 3EM_104_Nome1-Nome2-Nome3-Nome4 (em ordem alfabética).

Enviem o arquivo para dcordas@terra.com.br, com o assunto 3EM.

2EM: Resumo (produção)

Tomando como referência as orientações dadas sobre a elaboração de resumos (clique aqui), resuma os textos Como morreram os dinos (abaixo) e Debaixo deste angu não tem caroço .

Escreva os dois resumos num único arquivo de Word, salvando-o como 2EM_104_Seunome.

Envie o arquivo para dcordas@terra.com.br, com o assunto 2EM.


Como morreram os dinos
Fernando Reinach

A descoberta de que um asteroide atingiu a Terra e “o mundo mudou”, proposta inicialmente em 1980, foi amplamente comprovada nos últimos 30 anos.
Mas como explicar que nós, que existimos como espécie faz somente 1 milhão de anos, somos capazes de descobrir o que ocorreu 65 milhões de anos atrás?
Os dinossauros passeavam por todo o planeta. Seus ossos são encontrados em escavações na Índia, na China, na Europa e nas três Américas. Quando os cientistas escavam rochas que correspondem a períodos recentes, não encontram ossos de dinossauros. Os ossos só aparecem quando a rocha escavada é de uma época anterior ao fim do Cretáceo, que terminou 65 milhões de anos atrás. O impressionante é que os dinossauros desapareceram simultaneamente de todos os continentes. E não foram só os dinossauros: 60% da biodiversidade desapareceu junto com eles.
Nas rochas em que encontramos os últimos dinossauros também encontramos uma camada de pedras contendo uma grande quantidade de irídio. Essa camada está depositada em todos os continentes e mesmo em poços perfurados no fundo dos oceanos. É como se tivesse chovido irídio sobre o planeta.
Mas a espessura da camada que contém o irídio não é a mesma nos diversos continentes. Na Austrália e no Japão, ela tem menos de 1 centímetro de espessura; perto de Nova York, no Caribe e no oceano ao norte das Guianas, a camada é mais grossa, de 3 a 10 cm de espessura. Nas amostras do sul do México ou do Texas, a grossura da camada dessa “chuva de pedras” é de alguns metros. Mas basta chegar à península de Yucatán e a camada acumulada é de dezenas de metros. E o que você encontra exatamente no centro da região onde a camada é mais espessa? Um imenso buraco redondo, a cratera de Chicxulub.
Ela é enorme, 200 quilômetros de diâmetro. Os geólogos acreditam que a cratera tenha se formado por causa do impacto de um meteorito de mais de 10 km de diâmetro. São as pedras e a poeira (contendo irídio) levantadas por essa colisão que choveram sobre todo o planeta. Foi o fim dos dinossauros.
Soterramento e fome. Tudo bem, dirá seu filho, mas como morreram os dinossauros, cobertos de pedras? No México, talvez eles tenham sido soterrados, mas no resto do planeta eles provavelmente morreram de fome.
A análise dos outros componentes dessa camada de irídio conta o resto da história. No fundo dos oceanos, exatamente na mesma época, a velocidade de acumulação de um composto chamado calcita caiu drasticamente. Ela é sintetizada por pequenos animais marinhos, que combinam o cálcio e o gás carbônico. Os esqueletos de calcita desses animais se acumulam ao longo de milênios, formando grandes montanhas no fundo dos mares, os recifes de corais.
A drástica diminuição na velocidade de deposição de calcita sugere que grande parte desses animais também morreu logo após o impacto do meteorito. Os corais morreram porque se alimentam de algas microscópicas e não havia algas para comerem. E essas algas deixaram de existir porque ficou impossível fazer fotossíntese, como indicado por uma grande alteração na distribuição dos isótopos de carbono nessa época.
O que os cientistas imaginam é que a poeira e os resíduos do impacto do asteroide tornaram a atmosfera opaca por décadas, bloqueando a luz solar. E, sem luz, todo o sistema de produção de alimentos, algas e plantas terrestres parou de funcionar. Sem vegetais para comer, morreram os herbívoros; sem herbívoros para devorar, morreram os carnívoros, entre eles o preferido do meu filho, o Tiranossauro Rex. Foi o fim dos dinossauros e início da expansão dos mamíferos.
Esse acidente planetário mostra quão efêmera é a vida no nosso planeta. Um dia, os dinossauros dominavam o planeta; no outro, estavam extintos. Mas também demonstra o poder de recuperação da Terra. Milhões de anos depois, uma nova leva de seres vivos se espalhou pelo planeta, e o lugar do Tiranossauro Rex foi ocupado por um predador ainda mais perigoso, o Homo sapiens.

(O Estado de S. Paulo, 1º abr. 2010)

quarta-feira, 13 de março de 2013

2EM: Resumo (exercício de fixação)

Tomando como referência as orientações dadas sobre a elaboração de resumos (clique aqui), analise o conteúdo do texto abaixo.

Para isso, copie o texto num arquivo de Word, salvando-o como 2EM_103_Seunome.

Em seguida, crie uma legenda para indicar o motivo de apagar (descartar) ou conservar cada conteúdo, usando como motivos os sete procedimentos de resumo apresentados. Cada motivo, na sua legenda, pode corresponder a uma cor de texto ou de fundo, por exemplo.

Feita a legenda, pinte ou destaque as várias partes do texto segundo a sua classificação. Não é necessário redigir o resumo propriamente dito.

Envie o arquivo para dcordas@terra.com.br, com o assunto 2EM.


Debaixo deste angu não tem caroço
Dias Lopes

Talvez por ressaca moral, pelo fato de termos submetido os negros da África Ocidental à brutalidade da escravidão, atribuímos a eles a gloriosa invenção da feijoada. Teriam desenvolvido a receita na senzala, aproveitando os “restos” do porco “desprezados” pela casa grande: orelha, focinho, pé, rabo e língua. Não passa de versão romântica. Os ingredientes e a técnica de preparo mostram a origem lusitana da feijoada. Para completar, os portugueses e descendentes brasileiros jamais desprezaram os miúdos suínos.
Seria também um prato generoso demais para consumo de escravos submetidos a condições tão desumanas que não mereciam sequer o direito de se prover de alimentos. Como mostra Eduardo Frieiro no livro Feijão, angu e couve (Belo Horizonte: Itatiaia, 1982), a comida que recebiam “consistia no estritamente necessário para que os ‘fôlegos vivos’ (como eram chamados) não se enfraquecessem demais ou não morressem de desnutrição, com grave prejuízo dos trabalhos que deles se exigia”.
Se houve algum prato de escravo foi o angu, uma papa ou pirão à base de farinha de milho ou então de mandioca, completamente sem sal. Surgiram ainda o de arroz e o de banana cozida. Atualmente, tende-se a considerar angu apenas o preparado com fubá. O de mandioca é chamado de pirão. Sim, esporadicamente os escravos recebiam feijão para comer, porém da pior qualidade, conforme
Frieiro.
Estrangeiros que visitaram o Brasil testemunharam a pobreza e monotonia da dieta desumana dos negros. “É fazendo cozer o fubá na água, sem acrescentar sal, que se faz essa espécie de polenta grosseira que se chama angu e constitui o principal alimento dos escravos”, escreveu em 1817 o botânico e naturalista francês Augustin de Saint-Hilaire, autor de Viagem pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A palavra angu veio da África. Na língua fongbé, falada pelo povo fon (jêje no Brasil), do antigo Daomé (hoje Benin), agou designa uma papa de inhame sem tempero.
Seria lógico que a alimentação dos escravos variasse de acordo com a região do Brasil onde eles se encontravam e da atividade desempenhada, fosse em minas de ouro, engenhos de açúcar, fazendas de gado, cafezais ou serviços urbanos. Mas, segundo Luís da Câmara Cascudo em História da alimentação no Brasil (São Paulo: Global Editora, 2004), isso não acontecia: “A base era idêntica, e apenas a incidência de alguma carne ou pescado para dar gosto distinguia os regimes”.
Em Minas Gerais, o antigo prato dos escravos continua a ser feito com o fubá de granulometria fina e igualmente sem sal. Mas se converte em comida substanciosa por acompanhar tudo, em especial o frango com quiabo ou jiló, a carne ensopada e moída. Com a devida licença da tradição mineira, o angu fica mais apetitoso quando enriquecido com sal e queijo parmesão ralado. Um pouco de manteiga salgada, adicionada por cima no final, atiça a sedução. Joaquim da Costa Pinto Netto, no Caderno de comidas baianas (Salvador: Tempo Brasileiro, 1986), ensina a elaborar o prato: “Quando a água estiver a ferver, já com um pouco de sal, vai-se jogando a farinha aos poucos, ‘em forma de fio’, como se costuma dizer, mexendo sem parar”.
No Rio de Janeiro, o português Manuel Gomes lançou em 1955 um angu batizado com seu sobrenome. Logo ganhou fama. Combina fubá, linguiça e miúdos de boi. Vendido nas ruas em panelões fumegantes transportados por quarenta carrocinhas, matou a fome de operários, taxistas, prostitutas, estudantes, jornalistas, artistas e boêmios em geral. Tom Jobim era freguês do angu do Gomes. As carrocinhas saíram de circulação em 1986, mas hoje existe um endereço com o nome do prato, no Largo de São Francisco da Prainha, 17, na Saúde, que prepara a receita. Além da tradicional, o restaurante Angu do Gomes oferece as versões calabresa, carne moída, frango e vegetariana. O prato esquálido dos escravos virou torpedo nutritivo.
(O Estado de S. Paulo, 15 mar. 2012)